Primeira noite

Na noite de terça para quarta, dormi pela primeira vez no ‘barraco’. A Gisel foi minha companheira nesta aventura. Fizemos uma fogueira e comemos um monte. O Bruno e a Valeska participaram do banquete. À noite os mosquitos nos comeram. Ao amanhecer o dia, acordei.
Foi mais importante passar esta noite lá do pensei que seria. Deu uma concretude ao trabalho (não espero que alguém entenda isso), alguma coisa se integrou dentro de mim e, depois, veio uma sensação de quase euforia.

Ainda na terça o ‘barraco’ recebeu visitas, que já informadas por alguém, sabiam que podiam mexer nas coisas e desenhar, e assim fizeram.

Convite e outras notícias

Hoje fiz o convite web para divulgar o trabalho.
Combinei com a Gisel, outra Cohabitante, de dormir esta noite no ‘barraco’.

Luz de vela no 'barraco'.

No domingo ainda, passei no barraco. Tudo molhado. Dei uma geral e fiz mais uma ‘excursão’ desta vez na direção sul. Trouxe alguns achados, entre eles umas fitas plásticas. Estou fazendo uma coleção de ‘fios’, trouxe uns fininhos, de telefonia, que estavam lá em casa e tem mais uns outros, mais grossos e ‘elétricos’.

Desenho surpresa.

Cada vez passo mais tempo no “Barraco”, com o qual já criei uma relação afetiva: “home is where the heart is...”, mas ainda não dormi uma noite inteira lá. Ontem, segunda, encontrei um desenho deixado por um visitante eventual e curti a noite caindo.

Novos amigos

Uma experiência marcante

Hoje, mais um domingão, onde chuva e sol se alternam todo o tempo.

Fiquei em casa até agora - território nº 2, para fins deste trabalho - com a incubência de adiantar bem minha monografia e buscar estruturá-la. Tá indo, mais devagar do que gostaria. (Agora são quase cinco da tarde, o horário daqui nunca bate com o da postagem do blog, não sei se por diferença de fuso horário)

Uma das coisas que me fazem ficar muito tempo longe do "Espaço Sagrado" - 'barraco' ou território nº 5 é que gosto muito da minha casa, principalmente pelo seu entorno e a maneira como a casa se abre para ele, me deixando totalmente exposta à natureza que me cerca. Daí, como tenho que ficar longe daqui quase sempre, trabalhando - na galeria Espaço Piloto, território nº 4 - e resolvendo outras coisas...

Estar aqui na chácara me possibilita vivências incríveis, indescritíveis, como ver esta 'lesma' saindo de sua casa vagarosamente, em câmara lenta, bem na minha mão, enquanto eu a segurava, emocionada, pela concha. Pena que minha câmara estava sem fita, só deu para tirar esta foto.

Mais tarde devo passar no 'barraco'. Saudade de lá.

Esquentando

Em primeiro plano, roda com fogueira; em segundo, o barraco;

ao fundo, prédio que abriga as Artes Cênicas e o Espaço Piloto.

Deixei também na estante um papel prateado, já cortado em pequenos quadrados, pensando em fazer origami (‘tsurus’) para decorar o ‘barraco’. Penso que as pessoas podem também se interessar por esta ‘atividade’.
Ontem à noite inaugurei a roda com uma pequena fogueira. A lua, quase cheia.

Novas intervenções

As intervenções na intervenção continuam...

Uma canga cor de laranja que deixei no barraco sumiu. A pessoa que levou ainda escreveu a respeito no caderno. Fiquei puta, escrevi também (chamei a pessoa de babaca...). A(s?) pessoa(s?) trouxe presentes: uma camisinha, um absorvente... devolveram a canga e deixaram uma mensagem, também‘raivosa’... Lamento!

Acontecimentos e atividades

Esta estante achei num lixo de comercial, no início da elaboração do trabalho.

Madrugada de 23 para 24 de novembro.
Depois da última postagem, muita coisa aconteceu. Estou pensando agora em atividades relacionadas ao trabalho, já que a estrutura básica do barraco está montada. Comecei a fazer caminhadas pelo campus para recolher material. Da minha primeira ‘viagem’ trouxe flores, sementes vermelhas, um cogumelo e um pedaço de casca de árvore, que arrumei na ‘estante’.

Coisas que vem, coisas que vão

Desde anteontem tenho colocado algumas coisas no barraco, para torná-lo mais acolhedor. A luminária já havia deixado há mais tempo, mas trouxe vela, incenso e isqueiro.
Trouxe também um caderno e caneta, na capa colei um mapa daUnB com a localização do "Espaço Sagrado": você está aqui.
O colchonete azul - dá prá ver um pedacinho dele na foto acima - levaram. Apesar de previsível, fiquei triste, meio decepcionada.

Sinalizando a sinalização

Na foto, visitantes eventuais: Eva , Fernando e Paloma.

Hoje já teve a primeira reunião da Exposição de Diplomação, na qual mais uma vez eu estava fazendo um ‘jogo duplo’ – no papel de ‘diplomanda’ e de trabalhadora do Espaço Piloto. Socorro! Crises, dúvidas - será que vou dar conta de me diplomar??? Hei de!!!
Pensando nos próximos passos:
•Sinalizar no Espaço externo o blog - acho que na placa externa, que aparece na foto da última postagem.
•Sinalizar no Espaço interno o Espaço externo - acho que com um mapa da região na UnB, com uma foto do Barraco no local.

Também pensei em deixar algumas coisas dentro do barraco, tipo:
•um colchonete (já botei e já tirei – medo de roubo. Vou colocar de novo, e deixar.)
•incenso para espantar os mosquitos
•velas para a luminária
•um isqueiro para acender o incenso e a vela

Devo deixar também, pendurado, um bloco para anotações, minhas e dos outros ocupantes eventuais. E uma caneta para escrever.
Ah! E um aviso para não tirarem os banquinhos do lugar ...

Transparência

Barraco com veste transparente.

Mais um domingão de sol.
Ontem, depois de um almoço coletivo com Cohabitantes, e uma conversa + ou -, recobri meu barraco no “Espaço Sagrado” com uma lona transparente, substituindo a amarela, que estava um pouco pequena e bastante furada.
Não sei a que ponto esta transparência é só uma questão estética ou corresponde a uma necessidade/vontade de maior transparência ou translucidez. Também uma vontade de diferenciar a minha ocupação das dos moradores de rua, que são, em parte, inspiradores deste trabalho...
Bom, depois, exausta, fui dar um tempo na casa do Moreno e da Diana. Estava pensando em depois voltar pra UnB, mas não dei conta. Apaguei até depois das 23h e resolvi voltar para chácara, meu “Território nº 2. A verdade é que estou ficando muito pouco no “Espaço Sagrado" e acho isso palha... E, também, não estou rendendo tanto na monografia como gostaria.

Espaço público

Em foto tirada pela Gisel, eu, Alan e Clara, no início da construção.

"Espaço Sagrado" em espaço público. As surpresas continuam...

Desagradável: levaram a toalha, uma bandeira do Brasil um tanto quanto estilizada.

Mais ou menos: Estão tirando os banquinhos dos lugares. Não posso prendê-los pois para poderem ser utilizados da maneira correta eles devem ser levantados para ajustar a quem senta...

Agradável: O espaço está sendo utilizado. Um pessoal das Artes Cênicas estava ensaiando ontem por lá e falaram que anteontem sentaram lá dentro, fizeram um lanche, brincaram de 'casinha'...

Recoloquei os banquinhos nos lugares e estou demarcando melhor o círculo. Tornei a colar as letrinhas que caíram da placa e por sorte ainda estavam por lá. Hoje devo dar um jeito no piso e quero trocar a lona amarela por uma transparente, mais nova e um pouco maior. Também, agora que acabou a etapa de residência na Galeria COHAB vou ver se consigo passar mais tempo no meu Espaço.

Intervenção na intervenção

Trabalho em processo, ao ar livre e em tempo de chuva e vento a cada dia traz muitas surpresas. Algumas surpresas são muito felizes, como esta intervenção com vidros sobre uma das pedras que compõem a roda. Incorporei.

Espaço Interno

Hoje já é quarta-feira.
Ao fazer este trabalho sobre o espaço acabei constatando que de espaço estou bem e a grande questão é o tempo... O que me faz pensar que talvez, se fizer um trabalho sobre o tempo...
Na foto, uma vista de cima do meu espaço no chão, como está agora na exposição - Galeria COHAB - no Espaço Piloto-UnB.

Encerrando a Cohabvivência

Na foto, o Espaço Sagrado, já com sua 'veste' amarela.

Sempre aos domingos...

Hoje é o último dia da fase de residência/convivência da Galeria COHAB. Muitas atividades da programação não aconteceram, mas rolaram muitas outras coisas, nem programáveis...

Fazendo um 'balanço' pessoal, constato que consegui montar o meu trabalho no interior da galeria; como a proposta é continuar a fazê-lo durante todo o tempo da exposição vou continuar a mexer nele, mas já está num ponto legal de ser apresentado.
Quanto ao "Espaço Sagrado" na área externa, também consegui dar uma boa adiantada. Com ajuda de muitos, consegui levantar a estrutura, de bambu. Coloquei uma lona amarela, velha e usada como cobertura, mas estou pensando em mudá-la. Pensando mais no trabalho, estou querendo usar uma lona transparente. Ainda não sei explicar bem porque, pois às vezes tenho a idéia antes de poder justificá-la ou traduzí-la em palavras.
Outra coisa que tenho pensado é se devo fazer um trabalho mais para o 'espectador' ou para o 'participador', isso em relação ao público e depois de ler/reler textos do Hélio Oiticica.
Talvez nesta próxima fase eu desenvolva mais a coisa da performance, onde o fruidor é mais um espectador e no término da exposição Galeria Cohab eu deixe o "Espaço Sagrado" como um espaço para ser experimentado pelas pessoas. E a questão é, como 'sinalizar' isso?

Vizinhança

Eu ia colocar uma foto da Gisel, minha 'vizinha' mais próxima, usando o laptop no 'escritório' que ela criou na galeria. O arquivo não abriu... acabei botando esta do Bruno, 'vizinho' da Gisel, com as pinturas da Marta ao fundo.

Abrindo a Cohabitação

Na foto, montagem do espaço na galeria, em andamento.

Ontem foi a abertura da Galeria Cohab. Estou montando aos poucos o “Espaço Sagrado” na área externa à galeria. Dentro, também estou compondo aos poucos meu espaço. Muita intensidade. A ‘convivência’ me mobiliza muito. Parece que as coisas estão acontecendo muito rápido. É muita coisa acontecendo num curto período de tempo. O espaço da Galeria se modifica constantemente. Da última vez que a vi, de fora, há pouco tempo, já de noite e com as luzes acesas, me pareceu muito bonito.

Fase 2 - Explorando os novos territórios

Na foto, meu espaço reservado na galeria, o non site.

Sexta feira, dia de finados.
Segunda já abre a Galeria Cohab. Ontem, movida pela ansiedade, pensei em montar já quase todo o meu trabalho na área externa, cheguei a combinar com o Stanley, que ficou de me dar uma força. Chegando em casa, à noite, senti que não era por aí. Acordei com alguma clareza - vou me dedicar estes dias a preparar as coisas que devo montar na segunda, durante o dia: os suportes para os banners do “Homo Sapiens”, a Roda de Cura na qual se insere o “Espaço Sagrado”, a plaquinha “Espaço Sagrado – só entre se for convidado” e o círculo de grama sintética (grata, Gisel) que será meu espaço (site/non site) na galeria. Minha habitação lá fora, vou montando aos poucos, na semana, e, se tiver coragem, vou parar lá nos ‘verdadeiros’ moradores de rua e trocar umas idéias, ver como eles montam seus barracos, como eles fazem para resolver suas questões básicas de sobrevivência, etc.